Os conselheiros do São Paulo estão divididos. Uma parte acha que agora que Carlos Miguel Aidar deixou a presidência do Tricolor seus atos no Morumbi não devem ser investigados e sua gestão tem de ser esquecida para não manchar ainda mais a história são-paulina. Outra quer que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que assumiu o comando do clube em lugar de Aidar, monte uma equipe para vasculhar os atos de seu antecessor e vá a fundo nas investigações, doam elas a quem doer.
Em reunião no escritório do advogado e conselheiro do São Paulo Ives Gandra ainda antes da saída de Aidar a discussão foi no sentido de não avançar nas apurações, deixando o passado pra trás a fim de conciliar o clube, que ainda vive em pé de guerra. Eu, particularmente, acho um absurdo, já que, se Aidar lesou o clube, como indica Ataíde Gil Guerreiro, que quase foi às vias de fato com o dirigente, o São Paulo tem que ser ressarcido do prejuízo que teve.
Segundo Gil Guerreiro, que se desligou do futebol no final da gestão Aidar e voltou ao departamento assim que Leco assumiu, o primeiro teria recebido dinheiro de negociação de jogadores e contratos de marketing.
Se as investigações irão adiante ou não ainda não sabemos, embora a tendência seja de enterrar os casos e olhar apenas para o futuro, para preservar a instituição, o que, repito, acho um absurdo.
Terminando em pizza ou não, boa parte dos conselheiros que defendem apurações acha que tudo deve ser feito sob sigilo a fim de não prejudicar ainda mais a imagem do São Paulo e contatos futuros com eventuais novos parceiros.
Tricolor paulista, quem te viu, quem te vê. O clube dos antigos cardeais, como costumo dizer, virou a agremiação da baixaria, basta ver uma reunião do conselho em que ameaças de agressão física parece que viraram regra, como se as coisas pudessem ser resolvidas na mão e não no diálogo. Os tempos, de fato, mudaram.